Ontem (12), foi publicada
matéria no site do Jornal Opção destacando a decisão do governo Caiado de não
convocar auditores-fiscais aprovados no último concurso, que segundo o jornal, deve-se
ao fato de um membro do governo ter o entendimento de que “não sabe se auditores contribuem para aumentar a arrecadação”.
Não fosse a omissão de um
advérbio, seria obrigado a concordar com a ilação desse (suposto) membro do
governo, pois, realmente, somente a arrecadação seria pouco para mensurar a importante contribuição que o trabalho do auditor-fiscal traz à sociedade.
Na seara fiscal, o
trabalho ordinário do auditor resume-se na tarefa de identificar e equacionar
omissões tributárias visando otimizar a arrecadação, ajudando e orientando a
maioria dos contribuintes que buscam cumprir a lei fiscal, promovendo, ao mesmo
tempo, repreensões administrativas dirigidas a uma minoria que não está
disposta a cumprir com suas obrigações tributárias.
Para isso, utilizam-se de
ferramentas administrativas concebidas pela própria Administração Tributária, que
somente o auditor-fiscal se encontra apto a manejar, tais como o monitoramento
de contribuintes, orientação tributária, fiscalização fixa e móvel, lançamento
e parcelamento de créditos, Cadin, devedor contumaz, Refis, etc.
Porém os reflexos desse
trabalho vão muito além do simples aumento da arrecadação, pois mais do que garantir
a receita necessária para promoção de políticas públicas, o trabalho do auditor corrobora com a
promoção da justiça tributária e no equilíbrio da concorrência, influindo ainda
na distribuição de renda e diminuição das desigualdades sociais, e, “de quebra”
ajuda no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro.
Alguma dúvida de que a “Lava
Jato” só chegou aonde chegou graças ao trabalho do auditor-fiscal? Ou sabe do porquê da
atual discussão parlamentar que visa impedir que o trabalho do
auditor-fiscal alcance os crimes não-tributários? Pois é!
Assim, posso garantir a
quem pensa diferente que Goiás não difere do restante do mundo, onde servidores
de carreiras específicas das administrações tributárias são considerados essenciais
tanto na manutenção como no incremento da receita tributária do ente público.
Insistir em desqualificar
a administração tributária goiana e seus servidores, com vistas a fortalecer a tese
imbecil de que a solução de Goiás não passa pelo incremento de sua receita
tributária própria, só vai adiar a solução definitiva para o equilíbrio fiscal
do nosso estado.
Por isso a importância do
advérbio invocado no início. A solução de Goiás não passa somente pelo
auditor-fiscal, mas o incremento da respectiva receita tributária – a solução
mais factível que temos à vista - somente ocorrerá com a interposição e valorização desse
servidor.
Não convocar os auditores-fiscais
aprovados no último concurso por problemas de caixa trata-se de paradoxo que pode até comportar uma curta discussão. Agora, tecer ilações de que o auditor-fiscal não contribui com a arrecadação
já beira a má-fé.
Se realmente existe algum integrante do governo que pensa assim, é chegada a hora dele partir e deixar Goiás curar seus males com o melhor remédio caseiro que existe: parcimônia nos gastos acompanhado de um consistente incremento de receita própria!
Administrada corretamente essa receita, assim que a febre baixar, será perceptível que o alívio econômico e o aumento do bem estar social produzidos por esse tratamento caseiro é mero exaurimentos do trabalho do auditor-fiscal.
Administrada corretamente essa receita, assim que a febre baixar, será perceptível que o alívio econômico e o aumento do bem estar social produzidos por esse tratamento caseiro é mero exaurimentos do trabalho do auditor-fiscal.
Excelente texto meu caro, concordo em 100% e assino embaixo.
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